As florestas são patrimônios ricos em biodiversidade, fundamental ao equilíbrio da natureza e à manutenção da vida na terra.
Entretanto, as constantes actividades causados pelo homem, como o desmatamento, provocados pelo avanço da agropecuária na região e extracção de recusos não madeira e madereiros reduziram drasticamente as grandes floresta densas em florestas abertas.
Sendo assim as técnicas de maneio florestal devem ser adotadas para minimizar as degradações causadas ao ambiente (Soares, 2017).
O surgimento de áreas degradadas leva o ser humano a conviver com as consequências provenientes do impacto ambiental que acaba prejudicando sua saúde, seu ambiente, consequentemente, sua qualidade de vida.
Provavelmente ninguém quer ter sua moradia ao lado de uma área poluída, degradada ou que degrade sua saúde, mas o planeta é um só. Mesmo que a área degradada, que os poluentes da água, do solo e do ar estejam a quilômetros de distância, os resultados ambientais afectam, muitas vezes outras partes do planeta (Kohlrausch & Jung, 2015).
Modificação do sistema natural pelas actividades humana origina em áreas alteradas ou áreas degradadas que podem ter suas capacidades de produção melhorada, conservada ou diminuída em relação ao sistema.
Assim sendo a alteração de uma área não significa necessariamente sua degradação. Contudo, se essa alteração ocorre juntamente com processo que levam a perda da capacidade produtiva do sistema, diz-se que as áreas estão degradadas (Wadt, Pereira, Gonçalves, Souza, & Alves, 2003).
A utilização de produtos e técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento nas análises ambientais têm se tornado uma prática frequente, e contribuem de modo expressivo com rapidez, eficiência e confiabilidade nas análises que envolvem os processos de degradação da vegetação natural (ROSENDO, 2005).
De acordo com Sá (2008), a contribuição do NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) é satisfatória na avaliação da cobertura vegetal, podendo ser utilizado no monitoramento ambiental (Silva, Reis, Silva, & Pinto, 2016).
Problema e Justificativa
A degradação de um ecossistema florestal não implica, necessariamente, em desmatamento. Uma área degradada pode conter árvores, mas não exibir integridade ecológica, que pode ser descrita como a capacidade do ecossistema de sustentar e manter uma comunidade em equilíbrio, incluindo ainda questões como saúde do ecossistema, biodiversidade e estabilidade (Moraes, Campello, & Franco, 2010).
A degradação florestal pode ser atribuída a vários factores naturais e antrópicos, como eventos climáticos extremos, extração seletiva de madeira de espécies arbóreas, e uso intenso do solo (Huttl & Schneider, 1998).
Nota-se que, nos últimos anos o aumento da população tem contribuído para a redução da cobertura vegetal, de modo geral na destruição do ecossistema em quase o Mundo inteiro, e em Niassa no distrito de Sanga concretamente no posto Administrativo de Unango tem se registado o desaparecimento de ecossistema florestais causando assim a degradação, o que de certa forma tem preocupado o próprio Homem, daí que surge a necessidade de fazer o estudo do porquê áreas degradadas?
Tomando em consideração a questão dos danos e as consequências drásticas que as acções antrópicas provocam aos ecossistemas florestais e ao ambiente no geral, o Posto administrativo de Unango possui (Floresta de Miombo), isto é, no distrito de Sanga, que tem sofrido certas perdas, tais como: a perda de habitats naturais e de certa forma o potencial Oxigénio que elas fornecem aos habitantes desta comunidade e o distrito de Sanga em geral.
A degradação em ecossistemas, por uma série de razões como: desflorestamento ou desmatamento, queimadas descontroladas, erosão provocado por acções do homem, agricultura intensiva consequentemente têm criado a destruição ao ecossistema ou paisagem terrestre, por esta razão tem merecido atenção especial da parte de conservacionistas e governantes, em particular na discussão de questão relacionada ao aquecimento global, redução da biodiversidade.
Deste modo surge a questão relacionada com o tema: Levantamento de áreas degradadas por ações antrópicas no distrito de Sanga (Posto Administrativo de Unango), e o trabalho servirá de guia para futuros estudos de maneio de conservação de alguns ecossistemas, não só também irá subsidiar outros estudos que anteriormente foram feitos na área de estudo e permitirá fornecer informações sobre a degradação de ecossistemas florestais.
Não só, também o estudo será muito importante, pois proporcionarão subsídios na elaboração de planos para ajudar na optimização dos meios de prevenção, detecção e combate de degradação florestal podendo contribuir para a preservação e valorização das florestas, pois são locais onde devem incidir as acções de defesa.
Resumo
O presente trabalho teve como objectivo principal realizar o levantamento das áreas degradadas por acções antrópicas no Posto Administrativo de Unango, Distrito de Sanga, Província do Niassa – Moçambique, entre os anos de 2013 e 2023.
Para tal, foram aplicadas técnicas de Sensoriamento Remoto, utilização de imagens dos satélites Landsat 5 TM e Landsat 8 OLI, sistemas de informação geográfica (SIG), além da realização de entrevistas e observações directas em campo.
A classificação do uso e cobertura da terra foi feita com base no algoritmo de máxima verosimilhança, e os dados foram analisados utilizando o método AHP (Analytic Hierarchy Process) para mapear o risco de degradação florestal.
Os resultados mostraram uma redução significativa das Florestas Abertas (-19,21%), acompanhada do aumento expressivo dos Campos Agrícolas e Solo Exposto (+16,12%) e das Áreas Habitacionais (+0,41%).
As Florestas Densas e Plantações Florestais apresentaram um aumento de 2,68%. O NDVI indicou redução da vegetação nas áreas mais povoadas, embora tenha havido regeneração em regiões montanhosas. O mapeamento das mudanças no uso da terra pontou que 18,78% das áreas total foram fortemente degradadas.
Conclui-se que a principal causa da degradação é a expansão da agricultura de subsistência, associada ao crescimento populacional e ao uso não sustentável dos recursos naturais. O estudo recomenda a adopção de políticas públicas de conservação, educação ambiental e gestão sustentável do solo, visando a mitigação dos impactos e a preservação dos ecossistemas florestais locais.
Palavras-chave:
Sistema de Informações Geográficas (SIG), Uso e Cobertura de Terra, Indice de vegetação por diferenca normalidade (NDVI).
Autor: Betinho Machava
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