Introdução
As florestas constituem grandes armazéns de recursos naturais utilizados como matéria-prima para produção de diferentes produtos, podendo estas serem nativas ou plantadas. para melhor utilização desses recursos, surge a necessidade de quantificação e qualificação de recursos disponíveis, o que poderá ser feito a partir de um inventário florestal.
Segundo Netto e Brena (1997), definem inventário florestal como uma actividade que visa obter informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais existentes em uma área pré- especificada.
De acordo com Cesaro et al. (1994), a quantificação dos recursos e/ou informações referentes ao volume da floresta, ou mesmo para qualquer outra variável dendrométrica, podem ser obtidas por procedimentos de amostragem ou pela enumeração total das árvores (censo).
O censo, embora isento de erros amostrais só é praticável em áreas pequenas e de grande importância económica devido ao alto custo que representa esta operação. Por outro lado os procedimentos de amostragem permitem conhecer as estimativas desta população com alta precisão e baixo custo (Cesaro et al., 1994).
Segundo Husch et al. (1983), a amostragem consiste em observar uma porção da população da floresta e suas características para obter estimativas representativas do todo.
No procedimento de amostragem devido à parte da população que deixa de ser medida ou amostrada, surgem os erros de amostragem, estes que exprimem a precisão das estimativas do inventário. Para Netto e Brena (1997), os erros de amostragem dependem do tamanho da amostra, da variabilidade das unidades amostrais e do procedimento de amostragem usado.
Resumo
O presente
estudo foi realizado na plantação de Eucalyptus grandis localizada no
distrito de Mocuba, com o
objectivo de avaliar o efeito de tamanhos de parcelas sobre o desvio padrão
tendo como parâmetro dendrométrico de análise o volume médio. Como metodologia
do inventário no campo foi utilizada o processo de amostragem sistemática.
Foram desenhados 9 tamanhos de parcelas diferentes e para cada tamanho foi
estabelecida uma amostra de 25 parcelas, nas quais para cada indivíduo foram
levantados DAP e altura total para o cálculo do volume.
A análise dos
dados foi feita com base no pacote estatístico SPSS. Os resultados mostraram
que o desvio padrão, variância, erro padrão e erros de amostragem tenderam a
diminuir com o aumento do tamanho de parcela. Para os desvíos foram encontrados os valores
seguintes 63.602 m3/ha, 62.926 m3/ha, 57.201 m3/ha, 50.056 m3/ha, 42.851 m3/ha, 36.446 m3/ha, 31.48 m3/ha, 27.249 m3/ha e 24.795 m3/ha para as parcelas de 0.0125 ha, 0.025 ha, 0.0375
ha, 0.05 ha, 0.0625 ha, 0.075 ha, 0.0875 ha, 0.1 ha e 0.108 ha respectivamente.
De acordo com a análise de regressão 99% das variações do
desvio padrão foram devido à diferença de tamanhos de parcelas. As parcelas de
0.108 ha foram as mais precisas neste estudo. Contudo com um aumento na
intensidade de amostragem estas parcelas podem ser substituídas pelas parcelas
de 0.0125 ha, 0.0875 ha e 0.1 ha visto que volumes médios obtidos a partir
destes tamanhos de parcela não apresentam diferenças significativas de acordo
com o teste de Duncan.

Palavras-chave:
Inventário florestal, amostragem, tamanho de parcela de amostragem e desvio padrão.
Autor: Yolanda Ganhane