Introdução
Moçambique é um dos poucos países da África Austral que ainda detém uma considerável área de florestas nativas e outras formações lenhosas, compostas principalmente por Miombo, Mecrusse e Mopane (MITADER, 2018). Apesar do grande potencial florestal, o país enfrenta enormes desafios na gestão destes recursos, devido à existência de uma capacidade de indústria florestal reduzida (FAO, 2010).
Como forma de minimizar tal efeito o governo prevê a criação de concessões para a gestão e exploração sustentável desta vasta área. Entretanto o alcance de maior eficiência económica neste processo de exploração, passa da observância de maior produtividade tecnológica, e minimização dos custos de produção (Nhamirre, 2018).
A exploração florestal é uma actividade que exige especial atenção, em virtude dos elevados custos para sua execução e do tempo definido para a execução das operações (Gonçalves, 2011). De acordo com este autor, a racionalização das actividades de exploração florestal, contribui na maximização da produtividade e a minimização dos custos.
Nas florestas nativas, para além da sua complexidade como a existência de um grande número de espécies com diferentes características silviculturais, ecológicas e tecnológicas, para uma exploração florestal sustentável é levada em consideração a definição do ciclo de corte, susceptibilidade das espécies florestais à exploração, economicidade do maneio sustentado, aumento da eficiência no processo de beneficiamento e aproveitamento da madeira e racionalização das técnicas de exploração e transporte (Braz, 2005).
Resumo
O presente estudo foi desenvolvido em uma concessão florestal da Indústria Sotomane, Lda., localizada no posto administrativo de Namanjavira, distrito de Mocuba, província de Zambézia, com o objectivo de avaliar o desempenho operacional das actividades de carregamento, transporte secundário e descarregamento da madeira.
A metodologia usada no presente trabalho obedeceu a seguinte estrutura: (i) Caracterização da área de estudo; (ii) descrição das actividades operacionais; (iii) recolha de dados; (iv) amostragem; (v) processamento e análise de dados; e (vi) resultados e discussão. Foram avaliados três (3) parâmetros, em 4 ciclos: (i) a duração dos ciclos nas actividades observadas; (ii) a produtividade tecnológica (PT); e (iii) o custo operacional total. Os tempos foram cronometrados separadamente para cada actividade observada, e os custos operacionais por hora foram obtidos através da metodologia proposta pela FAO.
Para a análise de dados foi usado o programa Microsoft Excel 2013. Os resultados mostram que dos 4 ciclos de exploração analisados, na actividade de carregamento, registou-se um tempo médio de 114,24 minutos, na actividade de transporte um tempo médio 419,68 minutos e na actividade de descarregamento um tempo médio de 27,25 minutos. Quanto a PT, para a actividade de carregamento registou-se 8,47 m3/h para o primeiro, 5,67 m3/h para o segundo, 5,56 m3/h para o terceiro e 6,89 m3/h para o quarto ciclo.
Para a actividade de transporte secundário, foram, 1,89 m3/h para o primeiro, 1,76 m3/h para o segundo, 1,78 m3/h para o tereceiro e 1,63 m3/h para o quarto ciclo, e na actividade de descarregamento, foram 25,35 m3/h para o primeiro, 26,68 m3/h para o segundo, 25,18 m3/h para o terceiro e 33,95 m3/h para o quarto ciclo. Na actividade de carregamento teve um custo total de 555,50 Mts/h (7,49 $/h) e nas actividades de transporte secundário e descarregamento teve um custo total de 2467,48 Mts/h (32,26 $/h).
Contudo, conclui-se que a empresa Indústria Sotomane, tendo em conta o método usado para o processo de carrecamento e descarregamento (manual) em consonâcia com veículo usado para o transporte secundário, teve influência para o desempenho operacional.
Palavras-chave:
Exploração florestal; Produtividade tecnológica e custos operacionais.
Exploração florestal; Produtividade tecnológica e custos operacionais.
Autor: Janete Jacinto
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