As florestas ribeirinhas são formações florestais encontradas ao longo de cursos d‟água, com a função de proteger os rios influenciando na qualidade da água, e na manutenção do ciclo hidrológico nas bacias hidrográficas, evitando o processo de erosão das margens e o assoreamento do leito dos rios (Primo e Vaz, 2006).
Segundo Souza (1999), vegetação ribeirinha é o termo mais adequado para se referir a toda vegetação da margem, abrangendo além dos cursos de água naturais, os criados pelo homem, como as represas, e estando incluso qualquer tipo de vegetação. Já Rodrigues e Shepherd (2000), florestas Ribeirinhas são formações florestais encontradas ao longo de cursos de água, sendo caracterizadas por alta heterogeneidade ambiental. Entretanto, diversos factores físicos e bióticos actuam sobre elas, modificando as características do ambiente e regulando assim, o mosaico vegetacional. Para Martins et al. (2003), a mata ciliar refere-se à vegetação florestal às margens de cursos de água, independentemente de sua extensão ou da região de ocorrência, ou ainda da sua composição florística.
As florestas ribeirinhas são consideradas como chaves para o equilíbrio hidrológico e para a biodiversidade, e uma vez degradadas causam diversos impactos como a erosão e assoreamento (Rodrigues, 2000). Portanto, a falta de esclarecimento da importância das florestas, bem como a forma incorrecta de uso e exploração, aliadas às queimadas indiscriminadas e à mineração, têm gerado perdas de grande parte da biodiversidade (Valente, 2005).
Para Marcuzzo (2013), o desenvolvimento dos grandes centros urbanos resultou na supressão e degradação das áreas florestais e Rosot (2007), indica que a expansão urbana tem intensificado as pressões sobre as áreas com florestas naturais e a cobertura vegetal. Neste contexto, as florestas ribeirinhas vêm sofrendo fortes agressões com a prática do desmatamento, tanto para a extracção madeireira e energética (lenha e carvão), assim como para actividades agro-pecuárias (Barbosa, 2006).
A vegetação ribeirinha constitui um elemento funcional e estruturante dos sistemas fluviais. A par do seu papel na produção de oxigénio e biomassa, nos ciclos biogeoquímicos de nutrientes, na regulação biofísica da temperatura da água, vento e luz, e ainda como refúgio, alimentação e habitat para outros organismos, é-lhe atribuída a função de “engenheiros dos ecossistemas”, em reconhecimento da sua acção de suporte, protecção contra a erosão e modificação biogeo-morfológica (Aguiar & Ferreira, 2019).
Em particular, as florestas ribeirinhas são corredores ecológicos que albergam elevada biodiversidade, constituindo um importante filtro biológico para poluentes e nutrientes provenientes das zonas agrícolas contíguas, para além de poderem proporcionar retorno económico pela produção de bens (Por exemplo: madeira, plantas aromáticas ou com propriedades medicinais), pela protecção contra cheias e oferecer outros valores menos tangíveis, como os cénico-paisagísticos, recreativos, patrimoniais e culturais. No entanto, estes bens e serviços da vegetação aquática e ribeirinha nem sempre são valorizados pelas populações e responsáveis locais, nem pelos visitantes e pelos proprietários das terras confinantes (Aguiar & Ferreira, 2019).